Se você já passou pela situação de sentir seu dedo dobrado após um pequeno acidente, pode ser que esteja lidando com o que é conhecido como “dedo em martelo” ou mallet finger.
Neste artigo, vamos explorar essa condição que afeta muitas pessoas, explicando suas causas, sintomas e tipos.
É essencial entender que, embora possa parecer um problema simples, é fundamental buscar a orientação de um médico especialista. Apenas um profissional qualificado pode oferecer o diagnóstico correto e recomendar o tratamento ideal para o seu caso específico.
Continue lendo para descobrir mais sobre o dedo em martelo e como lidar com essa condição de forma eficaz.
O termo “dedo em martelo” descreve uma condição em que a ponta do dedo fica dobrada, incapaz de se estender naturalmente, geralmente resultado de uma lesão no mecanismo extensor. Essencialmente, ocorre uma deformidade na articulação do dedo, tornando-a incapaz de se estender ativamente.
É como se o dedo estivesse “caído” na ponta. Esta condição afeta a articulação interfalangeana distal e pode ocorrer devido a várias razões, incluindo lesões esportivas ou acidentes cotidianos.
O dedo em martelo pode ser uma preocupação, pois limita o movimento e pode causar desconforto. É importante buscar avaliação médica para um diagnóstico preciso e determinar o melhor curso de tratamento.
O dedo em martelo geralmente é causado pela interrupção do mecanismo extensor, frequentemente resultado de um trauma. Esse trauma pode ocorrer quando a ponta do dedo é forçadamente dobrada, enquanto o dedo está estendido. Um exemplo comum é quando uma bola atinge a ponta do dedo esticado, dobrando-o bruscamente.
Esta lesão, às vezes chamada de “baseball finger” em inglês, é uma das causas típicas do dedo em martelo. Outras situações, como acidentes domésticos ou lesões esportivas, também podem levar a essa condição. É importante estar ciente das possíveis causas para evitar situações que possam resultar nesse tipo de lesão.
O sintoma mais evidente do dedo em martelo é a ponta do dedo “caída”, com alguns pacientes relatando apenas esse desconforto. Além disso, é comum observar inchaço, dor e hematoma na região afetada. Esses sintomas podem variar em intensidade dependendo da gravidade da lesão e de outros fatores individuais.
É importante prestar atenção a esses sinais e procurar assistência médica se ocorrerem após um trauma ou lesão no dedo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a evitar complicações futuras e promover uma recuperação mais rápida e eficaz.
A classificação de Albertoni divide o dedo em martelo em quatro categorias, cada uma com características específicas que influenciam o tratamento e a recuperação.
Na categoria A da classificação, ocorre o rompimento do tendão, sem que haja lesão óssea. Esse tipo de dedo em martelo é comum em traumas esportivos, onde a força aplicada na extremidade do dedo leva à ruptura do tendão extensor.
Já na categoria B, o tendão se separa do osso através de uma avulsão, ou seja, ele “solta” do osso, mas sem causar fratura. Essa variante também é frequentemente associada a lesões esportivas.
Na categoria C, ocorre uma fratura no osso devido à força do impacto, onde o tendão não se rompe, mas a lesão envolve um pedaço do osso que se quebra.
Por fim, a categoria D abrange as lesões em crianças, que requerem atenção especial devido à natureza ainda em desenvolvimento dos ossos e tendões.
A correta identificação do tipo de dedo em martelo, conforme a classificação de Albertoni, é essencial para determinar o melhor tratamento, seja ele conservador ou cirúrgico, garantindo assim uma recuperação adequada para o paciente.
O tratamento para o dedo em martelo varia de acordo com a gravidade e tipo da lesão, além das características individuais do paciente. Quando o dedo em martelo está associado a uma fratura óssea pequena e com pouco deslocamento, o tratamento pode ser conservador. Isso envolve imobilizar o dedo com uma tala de alumínio, conhecida como tala de Zimmer, por um período de 6 a 8 semanas. É importante que a tala seja mantida sem ser removida, pois qualquer movimento pode comprometer a cicatrização do tendão.
Por outro lado, quando a fratura óssea é grande e há um deslocamento significativo, a cirurgia pode ser necessária. Nesse procedimento, os fragmentos ósseos são fixados com pinos, sem a necessidade de abrir a área da fratura. Os pinos são deixados no local por 6 a 8 semanas para imobilizar a fratura e permitir a consolidação óssea.
No caso do dedo em martelo tendinoso, a decisão entre o tratamento cirúrgico e conservador depende do grau de deformidade e deslocamento do dedo. Lesões mais graves, com deslocamento superior a 30 graus, geralmente exigem cirurgia para suturar o tendão e imobilizar o dedo por um período mínimo de oito semanas. Lesões menos graves podem ser tratadas sem cirurgia, utilizando uma tala de alumínio para manter o dedo esticado pelo mesmo período de tempo.
Após a cirurgia para corrigir o dedo em martelo, o paciente é imobilizado com uma tala metálica. Essa tala permite a imobilização apenas da articulação interfalangiana distal. Durante esse período, é importante que o paciente movimente os outros dedos livremente, especialmente com a mão para cima para evitar inchaço. No entanto, é crucial evitar molhar ou sujar o curativo, assim como evitar fazer esforço com a mão operada.
O acompanhamento médico regular durante o período pós-cirúrgico é essencial para monitorar a cicatrização, ajustar a tala quando necessário e prevenir complicações. Essa supervisão ajuda a garantir que a recuperação ocorra conforme o esperado, permitindo a retomada das funções da mão de forma segura e eficaz.
Após a remoção do pino (ou da tala, caso não haja cirurgia), inicia-se a reabilitação com um fisioterapeuta especialista em mão devido à complexidade da patologia. Uma tala removível é confeccionada para a ponta do dedo, a ser usada durante a noite por um período de aproximadamente 15 dias.
Nesta fase, é crucial seguir rigorosamente as orientações do fisioterapeuta, pois existe o risco de o tendão romper novamente durante a reabilitação. O uso da tala removível à noite é essencial para proteger a articulação, garantindo uma recuperação segura e minimizando o risco de recidiva.
Se a lesão no dedo em martelo não for tratada, pode resultar em complicações graves. Além da deformidade e da incapacidade de esticar a ponta do dedo, a condição pode evoluir para uma deformidade conhecida como “pescoço de cisne”. Nessa condição, o tendão extensor age apenas sobre a primeira articulação do dedo, causando uma deformidade mais complexa.
Com o tempo, essa patologia pode levar à uma deformidade de caráter irreversível. Portanto, é essencial buscar tratamento o quanto antes para evitar complicações futuras e garantir a recuperação adequada do dedo em martelo.
Em suma, o tratamento para o dedo em martelo visa restaurar a função normal do dedo, prevenir deformidades e aliviar a dor. Embora seja raro recuperar completamente a mobilidade da articulação, o tratamento adequado pode minimizar as complicações e garantir uma boa qualidade de vida.
É importante lembrar que qualquer dúvida sobre o dedo em martelo ou seu tratamento deve ser discutida com um especialista. Eles estão capacitados para oferecer orientações personalizadas e ajudar a encontrar a melhor solução para cada caso específico. Portanto, se surgirem dúvidas, não hesite em procurar a assistência de um médico ortopedista ou fisioterapeuta especializado em mãos.