Se você ou alguém que você conhece está lidando com dores persistentes no punho após uma queda ou trauma, é crucial entender o que pode estar acontecendo. Neste artigo, exploraremos em detalhes as nuances de uma fratura e pseudo-artrose do escafoide, desde suas causas até os sintomas que podem indicar sua presença.
Abordaremos os riscos associados à falta de tratamento adequado e como identificar os sinais precoces dessas condições. Para aqueles que estão enfrentando preocupações e dores relacionadas ao punho, este guia oferece insights valiosos para ajudar na busca por diagnóstico e tratamento eficazes, trazendo alívio e restaurando a funcionalidade.
O punho é uma parte complexa do corpo, formada pelos ossos do antebraço (rádio e ulna), que se conectam a oito ossos menores chamados ossos do carpo. Esses ossos do carpo estão organizados em duas fileiras. A primeira fila inclui o escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme, enquanto a segunda fila inclui o trapézio, trapezoide, capitato e hamato. Todos esses ossos são mantidos unidos por ligamentos, o que ajuda a estabilizar o punho e permite que ele se mova.
O escafóide, que fica na base do polegar, é especialmente importante porque ele conecta as duas fileiras de ossos e desempenha um papel crucial na mobilidade e na força do punho. Se houver uma fratura e pseudo-artrose do escafoide, pode afetar significativamente a capacidade do punho de funcionar corretamente.
O osso do pulso, chamado escafóide, é bastante propenso a quebrar devido à sua posição e papel no movimento da mão. Por causa da forma como é irrigado com sangue, às vezes pode demorar mais para se curar ou até mesmo não cicatrizar corretamente após uma fratura, o que chamamos de “pseudo-artrose”.
A pseudo-artrose significa que o osso fraturado não se curou como deveria, deixando uma falha na cicatrização. No caso do escafóide, se após nove meses de tratamento a fratura ainda não estiver curada, considera-se que há pseudo-artrose.
Quando você cai, é comum usar as mãos para se proteger. Dependendo de como o punho e a mão estão posicionados no momento da queda, várias lesões podem ocorrer, incluindo a fratura do osso do punho chamado escafóide. A maneira mais comum de fraturar o escafóide é cair com a mão estendida e a palma para baixo.
A fratura e pseudo-artrose do escafoide é mais comum em homens jovens, especialmente aqueles que praticam esportes, enquanto as fraturas distais do rádio (um osso do antebraço) é mais comum em idosos. Estudos mostram que o risco de fratura do escafóide pode ser reduzido usando talas protetoras ao praticar esportes de alto impacto, como skate ou esqui.
Muitas vezes, as pessoas só procuram ajuda médica meses após terem machucado o pulso, talvez porque não tenham dado muita atenção ao trauma inicialmente. Alguns até foram a um pronto-socorro, mas não receberam um diagnóstico claro e apenas foram orientados a imobilizar o pulso com uma tala. Os sintomas típicos incluem dor e inchaço no punho, que pioram com o uso. Conforme o tempo passa, a dor aumenta e a pessoa pode notar que tem menos movimento e força no pulso.
Para descobrir se há uma fratura e pseudo-artrose do escafoide, o médico geralmente realiza um exame físico e pode pedir um raio-X específico do punho em quatro diferentes ângulos. Isso ajuda a visualizar melhor qualquer problema no osso do punho. Às vezes, é necessário fazer uma ressonância magnética (RMN) para verificar como está o fluxo de sangue no osso e se há danos nos ligamentos e na cartilagem.
Em alguns casos, uma tomografia computadorizada (TC) pode ser recomendada para dar uma visão mais detalhada dos fragmentos do osso, especialmente se a cirurgia for uma opção.
É importante buscar um médico especializado em mãos assim que você suspeitar de uma lesão no punho, pois quanto mais cedo for diagnosticada, melhores serão as opções de tratamento. Um especialista pode realizar os exames necessários e recomendar o melhor plano de ação para garantir uma recuperação adequada.
O tratamento para fratura e pseudo-artrose do escafoide pode variar dependendo de quão avançada está a condição e quão séria é a lesão.
Se a pseudo-artrose for pequena e não houver problemas adicionais no pulso, como artrose, pode-se usar um método chamado fixação percutânea. Isso significa que um parafuso é inserido diretamente no osso para estabilizá-lo e é um procedimento menos invasivo, porém eficaz.
Para pseudo-artroses maiores, onde o osso está danificado e não há artrose significativa, existem diferentes opções. Uma delas é usar um enxerto ósseo, que pode vir de diferentes partes do corpo, como o rádio distal, crista ilíaca ou olécrano. Esse enxerto pode ser vascularizado, o que significa que tem seu próprio suprimento de sangue, ou não-vascularizado. Embora os enxertos vascularizados possam ser mais complexos, o objetivo principal é garantir uma boa estabilidade no osso, por isso os não-vascularizados são mais comuns.
Em casos intermediários, onde há um defeito ósseo moderado, a artroscopia do punho pode ser uma alternativa. Isso envolve inserir um enxerto ósseo esponjoso na área afetada, sem a necessidade de grandes incisões na pele. Isso torna a cirurgia menos invasiva e permite uma recuperação mais rápida. No entanto, esse método pode ser mais difícil de realizar e mais caro do que a cirurgia aberta tradicional.
Quando a fratura do escafóide está desalinhada (os fragmentos não estão alinhados corretamente), associada a lesões ligamentares ou luxações do pulso, ou quando ocorre uma fratura na parte mais proximal do escafóide, geralmente é necessária uma cirurgia.
Recentemente, tornou-se mais comum optar pela cirurgia mesmo em fraturas não desalinhadas, especialmente para pacientes que não podem ficar imobilizados com gesso por muito tempo, como profissionais ou atletas. Durante a cirurgia, chamada de percutânea, um parafuso é inserido através de uma pequena incisão guiada por imagens de radioscopia. Esse parafuso mantém os fragmentos estáveis e estimula a cicatrização.
Quando a fratura está associada a lesões nos ligamentos ou luxações do punho, a cirurgia é feita de forma aberta para garantir que os ossos estejam alinhados corretamente e para reparar os ligamentos. Em casos mais complexos, pode ser necessário usar enxerto ósseo de outra parte do corpo para ajudar na cicatrização.
Uma complicação possível é a necrose óssea, que é quando parte do osso morre devido à falta de sangue. Isso pode acontecer se os fragmentos da fratura se moverem muito e romperem os vasos sanguíneos que os nutrem. É uma complicação mais grave e geralmente requer um enxerto ósseo vascularizado, que é osso de outra parte do corpo com seu próprio suprimento de sangue.
Se a fratura e pseudo-artrose do escafoide não cicatrizar corretamente ou ocorrer necrose óssea, pode levar a um desgaste da cartilagem que cobre a articulação, causando dor e redução da mobilidade. Esse processo degenerativo é lento e irreversível, o que muitas vezes leva os pacientes a procurar ajuda médica em um estágio avançado.
Quando a degeneração do pulso está muito avançada e não há mais possibilidade de reconstruir a anatomia normal, existem alguns procedimentos chamados de “procedimentos de salvação”. Isso inclui fusões ósseas, conhecidas como artrodeses do punho, que podem ser parciais ou totais, além de outras cirurgias como a carpectomia proximal e a denervação.
Tanto para casos tratados com gesso quanto para cirurgias, a fisioterapia só é recomendada após o osso do pulso ter se consolidado. Em pacientes que passaram por cirurgia, a consolidação tende a acontecer mais rapidamente. A fisioterapia é realizada por profissionais treinados e visa recuperar a força e a mobilidade.
Os exercícios incluem movimentos para recuperar a flexão, extensão e rotação do pulso, além de alongamentos e uso de gelo para reduzir o inchaço. Com o tempo, os exercícios focam em ganhar força. O resultado final do tratamento geralmente só é observado após cerca de um ano, e a melhora na força e mobilidade é gradual ao longo desse período.
Quando se trata de fratura e pseudo-artrose do escafoide, a rapidez na busca por ajuda médica faz toda a diferença. Detectar precocemente essas condições pode evitar complicações graves, como necrose óssea e degeneração da cartilagem, que podem resultar em dor crônica e perda de mobilidade.
A intervenção médica oportuna pode garantir o melhor resultado no tratamento, oferecendo opções menos invasivas e uma recuperação mais rápida. Não ignore sintomas persistentes no pulso após um trauma, pois procurar um especialista logo no início pode significar uma recuperação mais completa e funcional.